Aquele meme:

Rodrigo Cortes
2 min readMar 31, 2019

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Eu falo dois idiomas, português e metáforas para confundir quem me ouve quando a represa parece prestes a se romper ameaçando a vida banal da aldeia e o processo de colheita ou

o céu mais azul do mundo não é suficiente para atrair mais olhares do que as nuvens cinzas que espreitam no horizonte ou

quando o colapso de uma estrela de nêutron desafia a compreensão e faz com que um corpo celeste dantesco se torne um ponto ínfimo de brilho inimaginável cuja existência soa tão absurda que só coube aos astrônomos nomeá-la singularidade... além de esperar que eventualmente ela consuma tudo ao seu redor até se tornar o epicentro de um buraco negro ou

até a mais simples das frases é tomada por prolixidade exacerbada atinando o instinto dissonante ao ponto de se fazer cabível que a compreensão da mensagem ceda o primeiro plano à necessidade de se confirmar o entendimento das partes que a compõe e a atenção se perca entre os caminhos de o quê se quis dizer e o que pôde ser compreendido ou

porquê nem sempre entendo os memes, adoro ambiguidades, hoje é aniversário de Van Gogh, eu gosto de lírios e girassóis, ultimamente tenho ouvido muito Baco, acho o Rapto de Proserpina um milagre esculpido, creio que acaso é o nome dado a nossa incapacidade de enxergar conexões, também acredito que metáforas podem ser literais e que às vezes o desejo de ser entendido é pura vaidade.

Oi. Como você está?

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Rodrigo Cortes
Rodrigo Cortes

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